sábado, 20 de junho de 2009

Viva a falta de educação!

- Claro que eu não poderia deixar de comentar sobre o ocorrido na última quarta-feira. Por oito votos a um, foi oficializada a desvalorização da profissão de jornalista. Se antes já não davam valor (sim, não nos valorizavam não! Quem nunca disse: "ah! Aquele jornalista! Esse pessoal não tem escrúpulos mesmo! Não respeitam a privacidade de ninguém!" mesmo que estivesse morrendo de vontade de saber mais detalhes sobre tal acidente? Saber das mortes, principalmente? Afinal, o povo brasileiro tem uma curiosidade mórbida!), agora já se pode rebaixar a profissão sem receios.
Acredito que uma das piores partes dessa história (não que eu consiga ver algo de bom nisso tudo), é que essa decisão foi tomada por ministros, que não possuem graduação em jornalismo (todos eles são bacharéis em Ciências Jurídicas). Ou seja, eles interferiram em um setor que não vai atingi-los diretamente (ou atingiu, talvez eles tenham sido beneficiados de alguma maneira, que não pode ser divulgada), não colocaram em risco o mérito de sua profissão.
Acho incrível essa capacidade que as "autoridades" desse país têm de tornar a educação cada vez mais dispensável. Em uma realidade que sobram vagas por falta de candidatos aptos a ocupá-las, é cabível o "Supremo" Tribunal Federal ser conivente com uma situação dessa? E não vai parar por aí, o ilustríssimo Gilmar Mendes já declarou que a obrigatoriedade do diploma será analisada também em outras profissões.
Com a exigência do diploma, já existem muitos profissionais medíocres, sem ela, será ainda pior. Acredito que chegará o dia em que não será mais necessário cursar o ensino superior para ser médico ou advogado (ditas profissões de "elite"). Sim! Já imaginou ir ao hospital e ser atendido por alguém que não tenha passado quase dez anos estudando medicina?
Talvez aprovar essa decisão seja até bom. (Não, eu não estou doida, apenas revoltada!) Sim, seria bom! A grande massa que compõe a classe dos desempregados por falta de qualificação profissional estaria com os dias contados, e poderia ser convocada para resolver um dos problemas da saúde pública: a falta de médicos!
Aí ficaria tudo bem... Tudo seria resolvido facilmente! Colocaríamos os "futuros doutores" dentro de um hospital para aprenderem tudo na prática! Apenas na prática, sem nenhum embasamento teórico! Olha que maravilha! Se o número de erros médicos provenientes de profissionais diplomados já é assustador, é melhor nem imaginar o que poderia acontecer sem o diploma...
E aí? Você aceitaria ser atendido por alguém que nunca pisou em uma faculdade de medicina? Então por que deve aceitar o jornalismo feito por pessoas que nunca frequentaram um curso de comunicação?
Ninguém é proibido de escrever, nem de apresentar algum programa na televisão ou no rádio (até porque jornalismo não se resume a isso), mas só por causa disso, considerá-lo jornalista é uma falta de senso, diria até falta de responsabilidade.
Há quem diga que nada vai mudar após essa decisão, que ninguém que seja dono de veículo de comunicação de credibilidade, vai contratar alguém que não tenha graduação. Concordo em parte. O que me preocupa realmente é a credibilidade da minha profissão, já consigo me imaginar no futuro, sendo questionada se fiz faculdade ao afirmar que sou jornalista.
Se você está se perguntando: 'então por que ninguém fez protestos contra essa determinação do STF?', a resposta é bem simples: houveram manifestações sim, principalmente de graduandos em jornalismo, mas não foi nada que despertasse o interesse da mídia (principalmente televisiva) para haver divulgação, afinal foi o próprio Sertesp (Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo) que entrou com o recurso para o fim da exigência do diploma. E infelizmente não há nada que a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) possa fazer. Vamos agora aplaudir de pé o retrocesso que estamos presenciando?
Deixo aqui a minha revolta, o meu manifesto.

"Apesar de você, amanhã há de ser outro dia..."

Amanda Palma


sábado, 13 de junho de 2009

Talvez...talvez eu te odeie mesmo!




_Por que você me odeia tanto?

_...quem te disse isso?

_Ta na sua cara , você me despreza , me humilha , você me odeia Thiago!

_Eu?

_....não , sou eu , eu que te odeio!

_Você me odeia?

_Você é idiota?

_Você me acha idiota?

_Não , você que me faz de idiota

_Então você não me acha um idiota?!

_Não! Quer dizer...sim! sim! Eu acho você um super i-di-o-ta

_Eu não te acho idiota.

_não ...(riso de canto de boca)

_não!mas tem a parte do “odeio”

_você me odeia????

_talvez...

_talvez?como assim talvez?odeia ou não odeia...e pronto!

_você sempre fala “e pronto”

_qual o problema com o meu “e pronto”?

_sei lá , acho tão definitivo, incisivo....

_ ...

_o que foi?

_ não falo mais nada

_por que?

_ por que eu n quero mais falar com você , não vale a pena...

_eu não valho a pena?



_porque você me odeia tanto, Marília?

_eu?

_é!

_por que você acha isso???

_da pra perceber ,ta na sua cara!!!!

_...
nunca daremos certo

_porque?

_porque nos odiamos!

_é ...

_então você admite que me odeia!

_te odeio ...você me confunde , me faz ser quem não sou ,monopoliza os meu pensamentos

_....
Que lindo...

_eu ?

_ahgg , que ridículo!!

_.....

_....

_hum...

_hum o que?

_eu te amo

_ ...
_ muito ...
_eu também te amo Thiago

_Será que ficaremos juntos pra sempre?!

_(suspiros, coração batendo forte , emoção , felicidade extrema!!!)
Acho que sim Thiago ,acho que sim...

CAMILA MARINHO

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Saudades (?) da Amélia...

- Nunca tinha percebido o quanto a música “Ai que saudades da Amélia” é preconceituosa. Depois de ouvir pela milionésima vez no último mês é que percebi o lado “maligno” da música. Foi aí que diversos questionamentos passaram por minha cabeça. Será que a música só fez sucesso por que a sociedade era tão machista? E o pior: por que nós, mulheres, cantamos essa música? Concordamos com esse pensamento machista e atrasado?
Depois de presenciar duas cenas terríveis numa noite de quinta-feira quando estava a caminho de “um momento cultural” – uma jovem sendo arrastada por dois homens e sabe-se lá o que eles iriam fazer com ela depois; e um homem beijando uma mulher à força – fiquei em dúvida sobre a veracidade do estereótipo da mulher moderna que não é submissa.
Cheguei ao ponto de questionar até o meu comportamento. Eu fiquei pensando na maneira que eu falo, o jeito de me vestir e tudo mais. Aí cheguei a uma conclusão: não sou eu que estou errada! Tenho plena consciência do meu papel na sociedade, sei que não devo me submeter a certas situações, então me tranqüilizei (ou pelo menos, tentei).
Passei a ver Amélia com outros olhos, não mais como escrava de um homem, mas sim uma mulher que estava adequada ao seu tempo, encaixada perfeitamente no padrão da época (da música). Que aceitava tudo o que lhe era oferecido, sem questionamentos. Comparei então, Amélia àquela mulher que era beijada à força. O homem não parecia ser um desconhecido da vítima, ou seja, ela também de certa forma estava “aceitando” o comportamento dele. Seria ela também uma Amélia?
Acho que os compositores falharam um pouco quando disseram “ai que saudades da Amélia”, saudade se sente quando não se tem algo ou alguém por perto e na minha concepção ainda existem muitas Amélias por aí.

Amanda Palma