segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ancestrais de Minni

- Voltando aos casos de família, e a maioria, tratando-se da minha família, são cômicos! Acredito, porém, que mais importante do que relatá-los, é perceber o que eles nos proporcionam. Eu, particularmente, adoro todos os momentos em família (claro que não as brigas! ¬¬) e não tenho nem um pouco de vergonha de dizer isso. Não os troco por nada! Nada mesmo (muitos, acredito que todas as pessoas que me conhecem, sabem disso!), como já me disseram e ainda dizem: "coisas de prioridades".
Quem não gosta de momentos em família? Almoços de domingo (ultimamente também aos sábados...), jogos do Brasil, Natais, Anos Novos, aniversários, teatros, cinemas, pizzas, enfim! Todos esses momentos!
É sempre maravilhoso compartihar esses momentos de alegria com pessoas que nos viram crescer, ou ainda aquelas que nós estamos vendo crescer (afinal, deixei de ser a caçula em alguns momentos!), que estão escrevendo sua própria história.
São nesses momentos também que podemos perceber a importância dessas pessoas em nossas vidas. São nesses pequenos detalhes que sentimos o quanto elas nos fazem bem, o quanto elas prezam por nós. Resumindo: o amor nesses momentos é mais perceptível do que nunca.
E então, ao sentirmos todo esse amor, vem o medo de perder. Perder essas pessoas queridas, não apenas para a morte, mas também para a rotina. A rotina traidora, que inserimos em nossa vida em troca da tão sonhada independência. Muitas vezes nos enganamos ao pensar que sair de casa é se afastar da família, e é uma grande vitória da liberdade. Grande engano! Pura ilusão! (Tudo bem que ainda não passei por essa situação, mas minha opinião se consolidou apenas em observar situações semelhantes...). Sair de casa é sim algo que faz parte do "roteiro de vida" de todos nós, não sou contra isso! Jamais diria isso! Afinal também tenho meus anseios. Mas não concordo com o afastamento repentino e desnecessário que certas vezes acontece.
Mas voltando ao medo, no fim das contas, acho que o medo é meu. Apenas meu. Não sei se é de todos, mas meu, com certeza é! Tenho medo de perder aqueles pequenos detalhes do cotidiano, deixar de ter algumas imagens comigo todos os dias, como Minni lutando, sofrendo (a seu modo) por um mero pedaço de banana; ou ainda as maluquices de meu querido e minha adorada, regadas a risos incontroláveis meus e de minha mãe. Sei que chegará o dia em que não poderei mais correr durante a noite em busca de um lugar seguro ao lado de meus pais; o dia em que não ouvirei os diálogos noturnos de minha adorada e ouvir coisas do tipo "eu estou vendo os ancestrais de Minni" e mesmo dormindo, ser capaz de respondê-la. Um dia não haverá mais domingo para arrumar a casa ao som de uma trilha sonora escolhida por mim, quase sempre músicas antigas, ou o dvd de Vanessa da Mata...
Por fim, posso concluir que esses momentos de reflexão com pitadas de melancolia fazem parte da minha personalidade. Porém, depois da melancolia é como se aparecesse uma luz no fim do túnel, ou uma lâmpada se acendesse perto da minha cabeça (como nos desenhos animados) e percebo que tenho uma alternativa: viver o presente! Pensar no futuro é claro, mas sem ter medo dele, afinal ACHO que já passei da fase do Bicho Papão!


Amanda Palma